quinta-feira, 21 de maio de 2009

Condomínio fechado,habitação social, ou gueto ?


Ciganos - Minoria entre minorias. (Link)


O que sabe sobre os ciganos?

Já experimentou meter-se na pele de um cigano?

E se de repente toda a sociedade olhasse para si,como você olha para um cigano?

Eles vivem na nossa cidade, eles foram para aqui escorraçados.

Seja moderado nos seus comentários.
O nosso desejo não é afastar,é aproximar.
Não é gerar ódio,é gerar aceitação e compreensão.

11 comentários:

Anónimo disse...

Desde tempos imemoriais que Vendas Novas acolheu, e conviveu pacificamente, com a comunidade cigana; ao que julgo saber, alguns dos actuais ciganos que vivem na nossa terra, aqui terão nascido e são descendentes - filhos, netos ou bisnetos - de outros tantos ciganos que por cá viveram.

Recordo-me de ter andado com alguns ciganos “à escola”, como se dizia, e à parte do aproveitamento escolar nem sempre ter sido muito proveitoso para eles, a convivência era boa e não consta que tivessem caído as pérolas da coroa a quem quer que seja ou, tão pouco, os parentes na lama…

Pelo que me é dado observar, os ciganos estão hoje melhor inseridos na sociedade, têm, felizmente, um nível de vida bastante melhor ao de então e usufruem de uma habitação mais condigna; é sempre muito difícil falar em exclusão ou auto-exclusão, guetos, habitação social ou condomínios mas, grosso modo, poder-se-á dizer que os ciganos em Vendas Novas não estão mal e são bem tolerados pela sociedade que os acolhe.

Anónimo disse...

A propósito do comentário anterior, particularmente no que diz respeito às condições de habitação, degradantes, em que os ciganos viviam antigamente, ocorreu-me uma história, não sei se verdadeira ou não, que tem vindo a ser contada ao longo dos anos e que é elucidativa de que pobreza e sentido de humor não eram totalmente incompatíveis.

A cena ter-se-á passado há mais de três décadas - vamos remetê-la, por conveniência própria e para não ferir a susceptibilidade dos revolucionários mais assanhados da nossa praça, para um período pré Abril de 74 - no seio de uma família cigana que vivia numa barraca, de compartimento único como eram quase todas, algures lá para os lados do chafariz.

Chovia torrencialmente durante essa noite fria de inverno e eis senão quando um dos filhos, de tenra idade e bastante incomodado com a chuva que lhe caia em cima, grita para o pai que dormia logo ali ao lado:

- Paiiiiii, na posso dormiiiir, tá-me a chover em ciiiima!

Meio estremunhado, o pai responde-lhe prontamente:

- Oooolha, muda de quarto!...

Felizmente que estas situações muito dificilmente poderiam acontecer nos dias de hoje e que a comunidade cigana tem, por direito próprio, uma habitação com um mínimo de dignidade e condições de habitabilidade.

Anónimo disse...

Ao sr" VendasNovas SOS " apenas uma sugestão.

Porque não falar com o "patriarca" da comunidade gitana local?
Todos o conhecemos ,pessoa respeitável e respeitada e seria útil uma entrevista com ele .

A foto tirada não é elucidativa da realidade.

Não tenha medo....

Ricardo disse...

Ola a todos

Antes de mais gostaria de dar os parabéns ao excelente blog. É verdade que diversas vezes passamos por "coisas" que sabemos não estar bem. No entanto por estarmos tão habituados a essas mesmas "coisas" já nem reparamos o quanto erradas estão.
Como tal acho que este blog está a desempenhar um excelente papel para que as pessoal reparem no que está mal na nossa cidade. Se ninguém se queixar de determinada situação, ela não muda.

No que toca à situação desta comunidade ela é realmente complicada. A verdade é que grande parte das pessoas desta comunidade estão em Vendas Novas à muitos anos, sendo que uma grande parte já nasceu em no nosso Concelho.
Eu conheço diversas pessoas desta comunidade e não tenho nada a apontas. Se foram tratados como pessoas comuns. serão isso mesmo, pessoas comuns.

Cumprimentos

Anónimo disse...

O Alto Comissariado para as Minorias Etnicas já foi convidado para visitar Vendas Novas?

E a associação "SOS Racismo" também poderia passar por cá pois o seu presidente andou a estudar em VNovas.

Estas instituições terão uma palavra a dizer ou talvez não.

Anónimo disse...

No fundamental as opiniões são unânimes,a comunidade cigana vive perfeitamente(?) integrada e é aceite pela generalidade da população.

Pessoalmente nada tenho contra nenhum membro da comunidade,conheço alguns desde pequeninos e que hoje já são pais e mães de uma ranchada de filhos.
Mas o problema que aqui foi proposto prende-se com o local para onde foram "empurrados".

Se bem me lembro tudo começou quando a Câmara teve de desalojar as famílias que moravam encostados aos bombeiros,e em condições muito degradantes.
Na altura o processo não foi fácil nem pacífico,chegando a haver uma invasão das instalações da Câmara e ânimos muito exaltados.

Pessoalmente considero o local,onde hoje vive a comunidade,
um "gueto" na verdadeira acepção da palavra.

Fica situada fora do núcleo populacional.
Só tem uma entrada e não tem uma saída independente.
Vivem lá todos e apenas, elementos da etnia cigana.

Se isto não é um "gueto",expliquem-me o que é um "gueto".

E verdade que hoje vivem com dignidade? Sim.
Vivem em melhores condições? Sim.

Mas também é verdade que vivem à margem e desintegrados da restante população da cidade.

Anónimo disse...

Em relação ao anónimo das 23:54 concordo com o que diz excepto quanto ao facto de eles viverem à margem da população.

Eu encontro-os nos cafés,nos super-mercados,nas piscinas municipais ,nas feiras,nas escolas......

As casas deles são de borla e as da população ......custam a ser pagas aos bancos e hipotecas há muitas.

Anónimo disse...

"conheço diversas pessoas desta comunidade e não tenho nada a apontar". Integrados? Já nascidos na terra? Sim na sua maior parte, mas não esqueçamos o Ulisses, o Fakir e outros mais que já fizeram trinta por uma linha na cidade, que eu como cidadão que pago os meus impostos, não posso admitir. Desde disturbios nos cafés e bares, roubarem dinheiro aos miudos que estão no jardim ameaçando-os com facas e outras atrocidades. A terem regalias várias que o comum não tem, enfim só injustiças. Felizmente que de vez em quando encontram alguém que lhes faz frente e levam umas arrochadas pra amansarem. Mas está-lhe no sangue serem provocadores e não é por serem ciganos, são mesmo assim.

Anónimo disse...

O anónimo 26 de Maio de 2009 16:24
tem razão!
eu e alguns colegas meus já nem passamos no jardim municipal para evitar de levar com paus e pedras, sermos roubados, ameaçados, entre outras coisas...

Anónimo disse...

Quanto à habitação parece-me ser tudo muito simples e linear:

- As habitações, gratuitas, disponibilizadas pela câmara, não sendo excelentes, reúnem os requisitos mínimos de habitabilidade sendo, incomparavelmente, melhores que as habitações de onde foram transferidos;

- Não consta que no mercado imobiliário de Vendas Novas, compra e arrendamento, seja vedadO, à partida, a compra ou arrendamento aos cidadãos de etnia cigana, pagando, naturalmente, como acontece a qualquer cidadão independentemente da sua etnia, credo ou religião;

Quanto aos comportamentos anti-sociais manifestados por alguns elementos, poucos ao que parece, de etnia cigana eles são, infelizmente, um problema transversal a toda uma sociedade multi-racial pelo que não se me afigura como correcta a insinuação de que o mal só tem um rosto ou, se quiserem, uma determinada etnia.

SIGNO disse...

Revelo a minha concordância com as maioria dos comentários tecidos, embora revelem algum desconhecimento. Agora pergunto: quantos de vós já entraram no "condomínio fechado, habitação social ou gueto" e tiveram oportunidade/interesse em entrar em algumas das habitações e de falar com alguns elementos da comunidade? Para aguçar a reflexão, conto-vos que exite uma grande disparidade entre as moradias à entrada do bairro e as restantes que se encontram nas traseiras. Para que possam avaliar as condições de salubridade de algumas delas, digo-vos que nem todas têm janelas, nem casa-de-banho. Existe, sim, uma casa-de-banho comum que serve uma grande maioria dos residentes no bairro, a qual se encontra alocada no meio do bairro. Se isto não é uma forma camuflada de discriminação, não sei como qualificar!